Quando se pensa em longevidade, só bons hábitos não bastam –não se esqueça da herança genética
Hoje (20), a Folha publicou uma reportagem do meu colega Phil Watanabe a respeito de um estudo que relaciona longevidade a hábitos de leitura.
Claro que é uma informação bacana, mas se tudo o que se publica sobre longevidade for levado a ferro e fogo, some um capítulo de leitura por dia a uma dieta com fibras, vegetais, pouca carne, um pouco de vinho e exercícios moderados. Case-se e vá ao médico todo ano.
Não se esqueça de não morar em cidade grande, não ter um trabalho estressante, não guardar rancor no coração e sempre pensar positivo.
Mesmo que fosse viável seguir tantos conselhos, o acaso e a morte estão por aí, rondando –seja por bala perdida ou acidente de trânsito.
Já teve até trabalho que sugeriu que felicidade era um fator importante para a longevidade, mas era justamente a falta de doença que deixava as pessoas mais felizes.
No meio de tanta regra, talvez o fator que esteja sendo deixado de lado é a natureza –existem fatores intrínsecos à constituição humana, como nossa herança genética, que são tão importantes quanto bons hábitos de vida.
E não é só a herança maldita ou bendita que influencia: a cada geração são acumuladas, ao acaso, dezenas de mutações no DNA. E esse motor da evolução pode ser bastante deletério para a longevidade se afetar uma região importante de algum gene.
Se a meta é viver mais, talvez a melhor ideia até o momento seja seguir o máximo de conselhos –aqueles mais qualificados e embasados, de preferência– e torcer para a natureza dar uma forcinha.
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