Suplementos ajudam a emagrecer?

Gabriel Alves

Não é raro que as pessoas busquem atalhos para emagrecer, e alguns dos mais famosos personagens nessa guerra contra a balança são os chamados suplementos alimentares.

À primeira vista pode parecer conveniente ingerir algumas cápsulas por dia ou misturar algum pó na comida a fim de que a substância convença o organismo a gastar a gordura estocada, provocando emagrecimento.

O problema é que nem sempre —ou quase nunca— a gordura vai embora tão facilmente. Se mesmo no caso de medicamentos aprovados o efeito de emagrecimento é limitado, o que dizer de suplementos quem nem passam por testes tão rigorosos?

Um grupo de cientistas dos EUA está fazendo um grande esforço para tentar elucidar a questão. Eles apresentaram os primeiros resultados na Obesity Week, evento que aconteceu no começo deste mês na cidade americana de Nashville, no estado de Tennessee.

Apesar da profusão de possíveis tratamentos alternativos para a doença e do mercado potencialmente bilionário (são 2 bilhões de pessoas com obesidade e sobrepeso no mundo), há poucas evidências de que os suplementos funcionem (claro que a questão é complicada, tanto que publicamos recentemente na Folha uma reportagem que fala um pouco dos desafios enfrentados por quem tem obesidade).

Os pesquisadores analisaram mais de 14 mil estudos e constataram que aqueles feitos em humanos e que atendem a alguns critérios mínimos de qualidade são pouquíssimos, cerca de 300. Restaram alguns trabalhos sobre cálcio, vitamina D, chá-verde e quitosana, por exemplo.

Mesmo assim, o impacto desses tratamentos na perda de peso é limitado ou nulo. E às vezes pode ser até perigoso, como no caso de suplementos que contêm quantidades (não declaradas no rótulo) de hormônios tireoidianos ou substâncias emagrecedoras, como a sibutramina, gerando riscos cardiovasculares e hepáticos, entre outros.

A médica Katherine Saunders, da Universidade Cornell, disse que não é raro que pacientes obesos passem a consumir suplementos indicados por conhecidos e até mesmo deixem de lado o tratamento convencional —mudança de hábitos de vida e uso de medicamentos.

Assim, pelo que se sabe, provavelmente não vale a pena recorrer a suplementos. É mais negócio economizar o dinheiro e investir no acompanhamento de perto por profissionais de saúde.

O jornalista Gabriel Alves viajou a convite da Novo Nordisk


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