Aperto de mão é vilão na transmissão de vírus e bactérias

Um estudo publicado no ano de 2014 por pesquisadores da Universidade Aberystwyth, no Reino Unido, fez uma curiosa análise de formas de cumprimento com as mãos a fim de entender quais delas transmitem mais patógenos (como bactérias e vírus) de uma pessoa para a outra.

Já se sabia há tempos que uma das principais formas de transmissão de germes é pelo contato com pessoas infectadas, mas não havia um experimento que fizesse a comparação entre as diferentes modalidades.

A referência é o aperto de mão moderado, marcado como 100%. Em relação a ele, um aperto de mão vigoroso chega a transmitir o dobro de bactérias (o teste foi feito com bactérias E. coli não patogênicas). Um high-five, cumprimento com as mãos espalmadas, transmite um pouco menos. Por fim, um soquinho, ou “fist bump”, transmite apenas uma pequena fração das bactérias, menos de um quarto do cumprimento-referência.

Comparação entre a transmissão de bactérias entre diferentes formas de cumprimento com as mãos (American Journal of Infection Control/Reprodução)

A conclusão é que, além da superfície de contato, a duração do cumprimento e a força empregada também influenciam no espalhamento dos micróbios.

Os cientistas alertam que outras variáveis podem atuar na transmissão: partes diferentes da mão podem abrigar micróbios distintos e em diferentes quantidades; a localidade pode influenciar no tipo de germes a serem transportados, assim como a profissão; e os hábitos de higiene têm um papel crucial, por motivos óbvios.

“Embora tenhamos investigado a transferência de uma bactéria não patogênica, seriam esperados resultados semelhantes para outros microrganismos patogênicos (incluindo vírus como o influenza), alguns dos quais são muito custosos em termos humanos e econômicos. […] É improvável que uma saudação sem contato possa suplantar o aperto de mão; no entanto, para melhorar a saúde pública, incentivamos a adoção adicional do ‘fist bump’ como uma alternativa simples, gratuita e mais higiênica ao aperto de mão”, escrevem no artigo.

Em tempo de coronavírus, é uma dica de ouro.

Curiosamente nesta terça (10) o primeiro ministro holandês, Mark Rutte, advogou pela suspensão dos apertos de mão. Ele contudo, esqueceu da regra que acabara de estipular e deu a mão a Jaap van Dissel, chefe do Instituto Nacional de Saúde Publica e Ambiente do país. Veja o vídeo abaixo:


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