Formigamento, dores estranhas e dormência podem ser sinais de neuropatia periférica

Gabriel Alves

Certamente você ou alguém que conhece já reclamou de dormência em alguma parte do corpo, ou mesmo de um membro que formiga ou daquele tique estranho na lateral do olho. Todos esses são possíveis sintomas de neuropatia periférica.

A doença nada mais é do que a perda do funcionamento normal dos nervos, responsáveis tanto pela sensação de dor quanto de toque, além do movimento. As causas podem ser várias.

Uma das possibilidades é que haja uma compressão dos nervos, como aquela que acontece em  uma postura errada ao sentar (sobre os calcanhares, por exemplo), ou, em um caso mais grave, após uma hérnia de disco, explica o neurologista Ronaldo Herrera.

Estima-se que 30% da população corra risco de desenvolver neuropatias, isso porque ela é muito comum em diabéticos (até 60% podem ter) e também em idosos (50%), frações numerosas da população.

No diabetes a causa provável é o excesso de açúcar, que lesa os pequenos vasos que nutrem os nervos, causando sensações estranhas como insuportáveis dores ao suave toque de um lençol. Já com a idade –e a perda da função digestiva–, fica difícil absorver vitamina B12, por exemplo.

Para tratar esses casos existe a chance de repor a vitamina (comum em carnes, daí uma possível preocupação para veganos e vegetarianos) ou mesmo com comprimidos e pomadas.

Outras condições, como o alcoolismo e a cirurgia bariátrica, podem interferir na absorção da vitamina –além de o álcool por si só também ter ter a capacidade de lesar os nervos.

No caso dos diabéticos, a principal conduta é deixar a doença sob controle.

Também há outras origens para a neuropatia, como doenças autoimunes, câncer, infecções e doenças hormonais.

PREVENÇÃO

A importância da prevenção aparece quando fica claro que existe um “ponto sem retorno” na lesão nervosa, ou seja, quando o nervo não consegue mais se regenerar (e as estranhas sensações ou movimentos, ou falta deles, se perpetuam). Além do formigamento, pode haver fraqueza extrema e perda da sensibilidade, como a sensação de que é usada uma luva ou a de que os membros afetados (geralmente mãos e/ou pés) estão envolvidas por plástico.

Com a ideia de bater nessa tecla, a Academia Brasileira de Neurologia e a farmacêutica Merck estão lançando uma campanha de conscientização sobre a doença.

Em São Paulo, acontecerá uma ação com médicos voluntários para orientar quem estiver no metrô Ana Rosa nos dias 31 de agosto e 1º de setembro (próximo às catracas).

Veja abaixo o simpático e divertido vídeo de 15 segundos da campanha (mais informações no site escuteseusnervos.com.br):


Gostou? Compartilhe. Não gostou? Quer desabafar? Elogiar? Tem algo novo para me contar? Comente abaixo ou escreva para cadeacura (arroba) gmail (ponto) com.

Clique aqui e receba todas as novidades do blog

Você pode acessar (e divulgar) o blog Cadê a Cura?  pelo endereço folha.com/cadeacura

Leia posts recentes:

Quando se pensa em longevidade, só bons hábitos não bastam –não se esqueça da herança genética

Cruzada contra adoçantes carece de evidência; diminuí-los na dieta pode ser vantajoso, porém

Doping no esporte: Podemos estar vivendo os últimos anos de competição ‘geneticamente limpa’