Cadê a Cura? https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br Sobre doenças e suas complicações e o que falta para entendê-las e curá-las Thu, 19 Mar 2020 00:39:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Minicurso gratuito via WhatsApp aborda aspectos do diabetes https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/11/04/minicurso-gratuito-via-whatsapp-aborda-aspectos-do-diabetes/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/11/04/minicurso-gratuito-via-whatsapp-aborda-aspectos-do-diabetes/#respond Tue, 05 Nov 2019 02:07:39 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/4293213857_b95a3a4dc3_o1-180x127.jpg https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=1183 Um minicurso digital, a ser dado gratuitamente por meio do WhatsApp, irá abordar aspectos do diabetes, como os mitos que rondam quem descobre que tem a doença, tecnologias envolvidas no tratamento, formas de melhorar a alimentação e receitas de doces mais saudáveis.

Uma das responsáveis pela iniciativa é a jornalista Letícia Martins, da revista Momento Diabetes, direcionada ao público com a doença. Ela explica que o curso é voltado para todas as pessoas que têm diabetes, pré-diabetes, obesidade, além de parentes –especialmente porque a doença tem um componente hereditário– e profissionais de saúde que ainda não têm conhecimento aprofundado sobre o tema. Também participa da organização do curso Bianca Fiori, que tem diabetes tipo 1 há 25 anos.

Para Martins, muitas vezes é difícil para as pessoas fixarem tanta informação relacionada a essa condição, daí o emprego de vídeos e ebooks, que também podem ser compartilhados. O material conta com o endosso de especialistas da área.

Há 14 milhões de diabéticos no país, e a maior parte dessas pessoas, cerca de 70% de acordo com estimativas, não controla adequadamente a doença. Assim, elas se sujeitam a um maior risco de doenças cardiovasculares, como AVC e infarto, infecções, amputações, retinopatia diabética (que pode levar à cegueira) e neuropatia (lesão nos nervos).

As inscrições para o minicurso acontecem até quarta, 6 de novembro de 2019, às 9h da manhã por meio do link (bit.ly/2WzKeyA). Mais informações aqui.


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Refrigerantes e sucos, mesmo os naturais, podem aumentar risco de câncer https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/07/11/refrigerantes-e-sucos-mesmo-os-naturais-podem-aumentar-risco-de-cancer/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/07/11/refrigerantes-e-sucos-mesmo-os-naturais-podem-aumentar-risco-de-cancer/#respond Thu, 11 Jul 2019 05:16:19 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2019/07/24425410396_689513a0d2_k-320x215.jpg https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=1113 Um estudo publicado nesta quarta (10) na revista científica BMJ traz um alerta importante: bebidas açucaradas podem aumentar risco de uma pessoa desenvolver câncer.

A pesquisa foi conduzida por uma dúzia de pesquisadores da França a partir dados de mais de 100 mil pessoas acompanhadas por até nove anos, entre 2009 e 2018. Nesse período surgiram 2.193 novos casos de câncer nos pacientes.

Segundo os cientistas, para cada 100 ml de aumento no consumo diário de bebidas açucaradas, a chance de desenvolver câncer aumenta em 18%. No caso de câncer de mama, o mais comum entre as mulheres, o risco aumenta em 22% para cada 100 ml de consumo diário.

Os pesquisadores também investigaram o câncer de próstata, o de intestino e o de pulmão, mas não foi possível encontrar a relação especificamente para esses casos, provavelmente devido ao período relativamente curto de acompanhamento e ao baixo número de tumores desses tipos. Os participantes do estudo tinham em média 42,2 anos de idade e os casos de câncer apareceram em média aos 58,5.

Bastante questionados em outros estudos, os adoçantes passaram incólumes desta vez: não houve associação da ingestão de bebidas adoçadas com eles e a incidência de câncer.

Uma das possibilidades para explicar a ligação entre açúcar e câncer é a obesidade, mas, no caso, esse possível fator de confusão já foi descontado nas estatísticas do estudo do BMJ. No entanto, os cientistas argumentam que é possível que o excesso no consumo de açúcar contribua para o aumento da chamada gordura visceral, mesmo sem alterar o peso corporal de maneira importante. Essa gordura está associada a uma saúde metabolicamente ruim.

Outra possibilidade é que o excesso de açúcar, ao chegar na corrente sanguínea, suscite uma reação inflamatória no organismo, o que pode aumentar as chances de um tumor nascer e se estabelecer no organismo.

(O excesso de açúcar no sangue, evento mais comum em pessoas com diabetes não controlado, também causa o que os bioquímicos chamam de glicação — evento no qual as moléculas de glicose, um açúcar, se grudam em proteínas e em outas estruturas biológicas, prejudicando sua função normal e aumentando a chance de complicações como retinopatia diabética e AVC.)

“Sabe-se que o açúcar, por si só, é um ingrediente tóxico para as células do corpo, mas não é para demonizar nem acabar com os refrigerantes ou com os sucos de frutas. É preciso ter bom senso. Nada em exagero”, diz Mario Carra, presidente do departamento de obesidade da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).”

“Fazer alguma atividade física e ter uma alimentação mais regular ajudam a você a não ganhar peso, a não ganhar gordura visceral. Consequentemente, o açúcar que você ingere do refrigerante e do suco de fruta vai ter menos importância no surgimento de tumores”, diz o médico.

No trabalho, os autores argumentam que existem na literatura médica poucos estudos a respeito da relação entre consumo de açúcar e câncer e que um dos maiores estudos na área foi financiado por uma fabricante de refrigerantes.

Algo digno de nota para os autores é o fato de até mesmo os sucos 100% fruta, e não somente os refrescos e os refrigerantes, entrarem na lista dos que podem trazer danos à saúde.

“Se estes resultados forem replicados em outros estudos prospectivos de larga escala e apoiados por dados experimentais mecanísticos, e dado o grande consumo de bebidas açucaradas nos países ocidentais, essas bebidas representariam um fator de risco modificável para a prevenção do câncer, além de seu impacto já conhecido na saúde cardiovascular e metabólica”, escrevem os autores.

“Estes dados corroboram a relevância das recomendações nutricionais existentes para limitar o consumo de bebidas açucaradas, incluindo os sucos 100%  fruta, bem como outras ações, como impostos e restrições de marketing direcionados para essas bebidas”, concluem.


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Suplementos ajudam a emagrecer? https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2018/11/29/suplementos-ajudam-a-emagrecer/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2018/11/29/suplementos-ajudam-a-emagrecer/#respond Thu, 29 Nov 2018 23:50:44 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2018/11/Garcinia-Cambogia-Extract-Pure-Weight-Loss-Supplement-For-Women-And-Men-With-95-HCA-to-Block-Carbs-And-Burn-Fat-Thermogenic-Metabolism-Booster-for-793574994867-1295-500x500-320x213.jpeg https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=1023 Não é raro que as pessoas busquem atalhos para emagrecer, e alguns dos mais famosos personagens nessa guerra contra a balança são os chamados suplementos alimentares.

À primeira vista pode parecer conveniente ingerir algumas cápsulas por dia ou misturar algum pó na comida a fim de que a substância convença o organismo a gastar a gordura estocada, provocando emagrecimento.

O problema é que nem sempre —ou quase nunca— a gordura vai embora tão facilmente. Se mesmo no caso de medicamentos aprovados o efeito de emagrecimento é limitado, o que dizer de suplementos quem nem passam por testes tão rigorosos?

Um grupo de cientistas dos EUA está fazendo um grande esforço para tentar elucidar a questão. Eles apresentaram os primeiros resultados na Obesity Week, evento que aconteceu no começo deste mês na cidade americana de Nashville, no estado de Tennessee.

Apesar da profusão de possíveis tratamentos alternativos para a doença e do mercado potencialmente bilionário (são 2 bilhões de pessoas com obesidade e sobrepeso no mundo), há poucas evidências de que os suplementos funcionem (claro que a questão é complicada, tanto que publicamos recentemente na Folha uma reportagem que fala um pouco dos desafios enfrentados por quem tem obesidade).

Os pesquisadores analisaram mais de 14 mil estudos e constataram que aqueles feitos em humanos e que atendem a alguns critérios mínimos de qualidade são pouquíssimos, cerca de 300. Restaram alguns trabalhos sobre cálcio, vitamina D, chá-verde e quitosana, por exemplo.

Mesmo assim, o impacto desses tratamentos na perda de peso é limitado ou nulo. E às vezes pode ser até perigoso, como no caso de suplementos que contêm quantidades (não declaradas no rótulo) de hormônios tireoidianos ou substâncias emagrecedoras, como a sibutramina, gerando riscos cardiovasculares e hepáticos, entre outros.

A médica Katherine Saunders, da Universidade Cornell, disse que não é raro que pacientes obesos passem a consumir suplementos indicados por conhecidos e até mesmo deixem de lado o tratamento convencional —mudança de hábitos de vida e uso de medicamentos.

Assim, pelo que se sabe, provavelmente não vale a pena recorrer a suplementos. É mais negócio economizar o dinheiro e investir no acompanhamento de perto por profissionais de saúde.

O jornalista Gabriel Alves viajou a convite da Novo Nordisk


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Médicos defendem combinação de drogas no início do tratamento contra diabetes https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2018/07/16/mais-drogas-diabetes/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2018/07/16/mais-drogas-diabetes/#respond Mon, 16 Jul 2018 14:03:13 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2018/07/4932175472_b6f247d8a5_o-320x213.jpg http://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=967 Um consenso entre profissionais de saúde com relação ao diabetes é que esperar as complicações aparecerem para só então tomar alguma providência é péssima ideia.

Geralmente as abordagens iniciais envolvem mudanças de hábitos alimentares e introdução ou intensificação da prática de exercícios. Às vezes, porém, pode ser vantajoso usar combinações de medicamentos logo após o diagnóstico, defendem médicos ouvidos pela reportagem. Esse foi um dos temas discutidos no congresso anual da ADA (Associação Americana de Diabetes, na sigla em inglês), que aconteceu em Orlando no final de junho.

A doença mata cerca de 61 mil brasileiros ao ano, número comparável ao de assassinatos (cerca de 60 mil ao ano) e quase o dobro de pessoas mortas em acidentes de trânsito (33 mil ao ano).

Com um tratamento mais efetivo logo após o diagnóstico, diferentemente do que acontece quando os medicamentos são empregados na base de tentativa e erro, o paciente teria mais chance de manter a doença sob controle, evitando complicações.

Para quem tem a doença, a principal meta é manter a hemoglobina glicada, um exame de sangue, abaixo de 7% (de preferência abaixo de 6,5%, mas isso pode ser flexibilizado em pacientes com complicações graves; a faixa de normalidade para quem não tem a doença é de 4% a 5,6%). Conseguir manter baixo esse índice é o objetivo das diversas modalidades de tratamento e, via de regra, o que vai definir a dosagem e o número de medicamentos a serem tomados ou aplicados.

O problema, diz Levimar Rocha Araújo, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, é a grande resistência dos pacientes, que não gostam de tomar medicamentos logo de cara para tratar uma condição aparentemente inicial, e também de médicos, que têm medo de perder clientela. Outra questão é que, sobretudo no sistema público, os profissionais têm pouco tempo para ensinar o paciente a lidar com o diabetes, uma condição complexa.

“No fim das contas, a grande questão é a falta de educação com relação ao diabetes”, afirma Araújo. Ele, que também é diabético, promove acampamentos para jovens com a ideia de ensiná-los a lidar com a doença em situações do dia a dia. Um exemplo: em um dia de atividades físicas intensas, é possível reduzir a quantidade de insulina (hormônio cuja atividade está prejudicada na doença) a ser administrada, já que o exercício também tem efeito hipoglicemiante –ou seja, reduz a concentração de glicose no sangue.

“Como muitas vezes o paciente com diabetes não tem nenhum sintoma, para ele não faz sentido já começar a usar medicamentos”, explica Solange Travassos, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, que foi diagnosticada com diabetes tipo 1 aos 14 anos. Ela e Araújo afirmam que é preciso avaliar a possibilidade de usar desde cedo todas as armas que podem ajudar o doente.

“O organismo tem uma espécie de memória metabólica, ou seja, o começo do tratamento e a maneira como o corpo responde a ele são fatores muito importantes para o prognóstico. Se o organismo é forçado a viver com a doença por muito tempo, ele se exaure, perdendo a capacidade de se recuperar”, diz Araújo.

As alternativas farmacológicas incluem a tradicional metformina (há mais de 60 anos no mercado) e suplementação de insulina por meio de injeções, para tentar normalizar a função do hormônio, de reduzir a glicemia sanguínea e prevenir efeitos como impotência, AVC e amputações.

Algumas opções podem ajudar os pacientes a simplificar o cuidado, como medicamentos combinados em uma mesma injeção. É o caso do Xultophy, combinação de insulina e liraglutida, princípio ativo do medicamento Victoza, que tem obtido bons resultados na redução da glicose sanguínea, com boas chances de evitar o ganho de peso, algo comum na doença.

Outra possibilidade, ainda em estágio experimental, é uma nova formulação de insulina para ser administrada por via oral. Cientistas da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara e de Harvard publicaram recentemente na revista PNAS um artigo explicando como isso poderia acontecer.

Um líquido seria capaz de impedir a degradação da molécula no aparelho digestório e de promover a absorção dela pela via paracelular, ou seja, por entre as células que revestem o trato gastrointestinal. Um dos obstáculos à adesão do tratamento com insulina é justamente a necessidade de injeção.

Capazes de monitorar o nível de glicose e até de ajudar nas injeções de insulina, equipamentos de monitorização e bombas também têm ganhado espaço. Alguns aparelhos produzem um gráfico com a variação da glicemia ao longo do dia, o que permite fazer ajustes de dose de insulina e refinar o tratamento. No fim de junho a FDA (agência regulatória americana) aprovou um sensor implantável que pode ficar imerso na pele por 90 dias consecutivos.

Um estudo da empresa Abbott apresentado no ADA mostrou que um monitoramento frequente pode ajudar a reduzir o tempo do paciente em hipoglicema, outro fantasma para quem depende de insulina.

As bombas são especialmente úteis para pacientes com diabetes tipo 1 e, no país, muitas pessoas têm obtido acesso a elas por meio de decisões da Justiça.

Muitos profissionais de saúde, porém, tendem a fugir dos medicamentos por causa do perigo de interações com outras drogas e dos efeitos colaterais. O caminho padrão ainda é a mudança dos hábitos de vida: comer melhor (e, geralmente, menos) e praticar exercícios físicos; a obesidade também agrava a condição.

A favor dessa abordagem está o fato de que a contração muscular promovida nos exercícios e a perda de peso fazem o organismo responder melhor à insulina, ou seja, pode retardar a introdução de medicamentos ou reduzir a dose de quem já está em tratamento, embora os médicos concordam que mudanças do estilo de vida sejam apenas o mínimo a ser feito.

Por fim, existe a possibilidade de realizar uma cirurgia bariátrica (chamada de metabólica quando o objetivo é combater o diabetes) para resolver o problema. Apesar da agressividade e da grande chance de resolução, é necessário um enorme esforço posterior do paciente para atingir as diversas metas propostas, que também incluem ingestão de vitaminas e manejo da saúde mental, além do tratamento do diabetes propriamente dito.

O jornalista viajou a convite da Sanofi


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Enfermeiras, psicólogas, nutricionistas e assistentes sociais têm mais desafios na carreira acadêmica https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2018/06/25/mulheres-e-desafios-na-academia/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2018/06/25/mulheres-e-desafios-na-academia/#respond Mon, 25 Jun 2018 16:00:34 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/40950954424_f5f6238137_k-320x213.jpg http://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=961 Na área da saúde, algumas profissões são predominantemente femininas —nos EUA, as mulheres são 83% dos enfermeiros, 91% dos nutricionistas, 70% dos psicólogos e 82% dos assistentes sociais. No Brasil, o cenário é semelhante.

Segundo as conclusões de um simpósio realizado em Orlando no congresso anual da ADA (Associação Americana de Diabetes), essas profissionais têm um grau de dificuldade aumentado dentro da carreira acadêmica, quando pretendem ser professoras universitárias,  pesquisadoras e líderes científicas em suas áreas.

Um fator que contribui para isso é a prioridade baixa atribuída às disciplinas que elas ministram —a remuneração delas é pior e há o rótulo depreciativo de essas áreas serem “ciências soft”, em oposição às ciências duras (hard), como matemática, física, química ou engenharia.

Não se ganha status por ministrar, por exemplo, cursos com foco na prevenção de doenças, do cuidado com o paciente ou na mudança de hábitos de vida, apesar da importância de iniciativas do tipo. Como existe um estigma de feminização dessas áreas, a participação masculina também é reduzida.

Sem prestígio, é pouco provável que essas profissionais assumam posições de liderança e de gestão de serviços de saúde, por exemplo. No fim das contas, elas acabam muitas vezes tomando papéis secundários, vice-chefias, à sombra dos homens, geralmente médicos.

Felicia Hill-Briggs, presidente da seção de medicina e ciência da ADA e uma das palestrantes do simpósio, enumerou algumas características que fazem diferença na trajetória de mulheres de sucesso:

  • Ter a casca grossa, ou seja, não se deixar abater com facilidade;
  • Ter um mentor forte na instituição;
  • Permanecer flexível e criativa;
  • Criar ela mesma oportunidades de liderança e aproveitar as chances para fazer mudanças no sistema;
  • Alavancar a carreira de outras mulheres.

Homens geralmente dependem mais apenas do próprio esforço do que as as mulheres. Já elas têm praticamente de pavimentar a própria trilha. “Mesmo com um currículo parecido, muitos homens avançam na carreira e as mulheres não. Nós precisamos aprender mais sobre os caminhos institucionais e com quem falar”, diz a psicóloga, que é professora da Universidade Johns Hopkins.

Ela, que é negra, afirma que o preconceito racial pode agravar a situação. “É comum ouvir que ‘alguém como você’ não pode assumir determinada posição de liderança.”

A médica Elizabeth Seaquist, da Universidade de Minnesota, afirma que mesmo com a fração de mulheres em ritmo crescente entre o total de docentes da área médica, nas posições mais altas da carreira, em dados de um conjunto de instituições, elas ainda se encontram subrepresentadas, com a proporção estagnada na casa dos 20%.

Outro grande problema, diz, é a questão do assédio no ambiente acadêmico. “Não é por acaso que grandes revistas médica, Jama e New England Journal of Medicine, recentemente trataram do tema.”

“As mulheres não sabem se é seguro falar a respeito desses assuntos, se não vão sofrer represálias.” Nesse sentido, o impacto do movimento #metoo é bem-vindo e pode fomentar o funcionamento adequado dos comitês institucionais antiassédio, opina.

Em um documento recente lançado pela as academias nacionais de Ciência, Engenharia e Medicina, as instituições afirmam que as ações de combate ao assédio tem falhado e sugeriram reformas profundas  e punições severas para lidar com a questão.

O jornalista viajou a Orlando a convite da Sanofi


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Tomar cálcio e vitamina D não ajuda a evitar fraturas, diz estudo com mais de 50 mil pacientes https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2017/12/29/tomar-calcio-e-vitamina-d-nao-ajuda-a-evitar-fraturas-diz-estudo-com-mais-de-50-mil-pacientes/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2017/12/29/tomar-calcio-e-vitamina-d-nao-ajuda-a-evitar-fraturas-diz-estudo-com-mais-de-50-mil-pacientes/#respond Fri, 29 Dec 2017 18:26:02 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/206756985_fcdacc8f2b_o-147x180.jpg http://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=875 Médicos e cientistas tinham arrumado um ótimo raciocínio para explicar como a suplementação com cálcio e vitamina D poderia ajudar a prevenir fraturas.

A lógica, resumidamente, seria a seguinte:

1) Por uma série de fatores, como falta de atividade muscular (exercícios) ou carência hormonal, o organismo para de construir osso. Mais precisamente esse tecido se desmineraliza, perdendo cálcio, a matéria-prima;

2) Com baixa densidade mineral –que pode ser mensurada em exames de imagem–, o osso se torna frágil, fácil de quebrar após quedas, por exemplo;

3) Uma solução possível, portanto, seria devolver a matéria-prima F–o cálcio– e arrumar um jeito de fomentar a fixação dele no osso;

4) Aí surge a vitamina D, um hormônio naturalmente produzido durante a exposição solar e que, ao que tudo indica, seria um fator importante para a mineralização óssea.

O problema é que, na prática, provavelmente não adianta incentivar o uso de cálcio e de vitamina D para prevenir fraturas. Um estudo publicado na revista médica “Jama”, feito com dados de vários outros –uma meta-análise–, mostrou que não há evidência científica suficiente para apostar nesse caminho.

Um dos critérios fundamentais para que os estudos entrassem na conta é a presença de grupos controles, que foram comparados aos grupos tratados para averiguar o efeito das doses. Ao todo, dados de 33 trabalhos foram compilados, totalizando 51.145 participantes.

A conclusão:  nenhum suplemento (cálcio, vitamina D ou a combinação dos dois) está associado a um menor risco de fraturas, independentemente da dose, do sexo do paciente, do histórico de fraturas, da ingestão de cálcio na dieta ou na concentração sanguínea de vitamina D.

MORTALIDADE

A substância, nos últimos anos, tem ganhado espaço graças, especialmente, à medicina laboratorial. Dificilmente alguém descobre que possui baixos índices de vitamina D sem um exame.

Qual seria a faixa ideal de concentração de vitamina D sanguínea é algo que ainda, vez ou outra, entra em discussão –a pessoa pode sofrer por anos dessa “deficiência” e ter uma saúde normal, mas há tentativas interessantes de se estabelecer parâmetros.

Um estudo alemão de 2012 (publicado no periódico “The American Journal of Clinical Nutrition”) analisou 5.562 mortes em meio a dados de cerca de 60 mil pacientes com o objetivo de investigar se a falta de vitamina D pode matar.

A conclusão é afirmativa: existe, sim, a chance de a morte chegar mais rápido para quem tem índices baixos. O nível sanguíneo de 25(OH)D, metabólito ativo da vitamina D comumente dosado, que garante proteção máxima seria alguma coisa entre 75 nmol/L e 87,5 nmol/L (metade das pessoas investigadas tinham concentração menor que 27,5 nmol/L).

Na prática, ponto para a suplementação com a vitamina. Algumas explicações possíveis para tamanha importância são os papéis desempenhados pelo hormônio no cérebro, prevenindo distúrbios cognitivos, e também na manutenção do sistema imunológico.

Quanto às fraturas, pelo jeito, o negócio é praticar atividades físicas adequadas para cada faixa etária –com cuidado.


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