Cadê a Cura? https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br Sobre doenças e suas complicações e o que falta para entendê-las e curá-las Thu, 19 Mar 2020 00:39:51 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Crianças e suas reflexões sobre a morte e a finitude https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/11/11/criancas-e-suas-reflexoes-sobre-a-morte-e-a-finitude/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/11/11/criancas-e-suas-reflexoes-sobre-a-morte-e-a-finitude/#respond Mon, 11 Nov 2019 11:30:28 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/sad-child-portrait-320x215.jpg https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=1194 Não é fácil quando nos deparamos pela primeira vez com morte, luto e sensação de finitude. A professora Ana Paula Peixoto conta como o assunto foi discutido na sala de aula com crianças de 5 anos de idade e como, de repente, essas inquietações podem se mostrar muito mais fortes e profundas em uns do que em outros.

*

Por Ana Paula Peixoto, psicopedagoga e jornalista 

Um aluno de 5 anos da turma da tarde chegou na sala contando que o avô faleceu. Logo em seguida uma aluna falou:

“Depois que morre a gente não vê mais quem a gente ama!”

E enquanto as outras crianças assentiam com a cabeça e diziam “é”, o Danilo (nome fictício), um outro aluno, pôs-se a chorar. Veja bem, vira e mexe eles contam do avô que morreu, do peixe, do cachorro, da bisa que faleceu… Mas o Danilo não parava de chorar. E, soluçando, me disse, após eu questionar a razão do choro, que estava muito triste porque não ia mais ver os pais.

“Quando eles morrerem, eu não vou ver mais eles?”

E chorava copiosamente. Os colegas logo disseram:

“Quando você morrer você encontra eles no céu!”

“É!”

“Vai virar estrelinha, o meu vô ta cuidando de mim agora”, disse o menino que chegou na sala contando da morte do avô.

“Depois que morre todo mundo se encontra e vê o papai do céu.

O Danilo, porém, não entendia.

“Mas se encontra no céu por que tem que morrer? E se morre, como que encontra depois? Eu vou ver meus pais então?”

A cabeça dele estava a mil por hora. Ele estava tentando entender mais profundamente o que acontecia. Ele já sabia que todos vamos morrer, o que ele não tinha entendido ainda era o “nunca mais vou ver meus pais”. Nunca mais ver quem se ama.

As outras crianças, já distraídas, pegaram seus livros para fazer a lição. O Danilo ainda sofria. Pedi para ele vir para o meu colo.

Eu queria chorar junto com ele. Porque eu era o Danilo. Eu também fui uma criança questionadora. Eu não ouvia a explicação e simplesmente voltava para a rotina. Eu pensava, questionava, queria entender os porquês. “Tia Paulinha, mas se tem duas vidas, se a gente se vê no céu, pra que morrer?”. Ele não parava de questionar.

Quando, enfim, eu o abracei, era como se eu abraçasse a Ana Paula criança. Eu senti a dor dele perfeitamente. Eu também só queria chorar.

Olhei nos olhos do Danilo e não soube perfeitamente o que dizer para acalmar a sua dor da percepção da vida. Mas eu disse que quando eu tinha a idade dele eu era igual. Que eu também sofri e chorei, tive medo, mas que depois eu entendi que o que importa é o momento. Disse pra ele abraçar muito a mamãe e o papai quando chegasse em casa e disse que eles só vão morrer quando eles estiverem beeeeem velhinhos!

Ele secou a lágrima, me deu um abraço e voltou para seu lugar, ainda com a feição de quem não compreendia aquilo totalmente, mas com o coração mais calminho. Eu queria continuar abraçando o Danilo pelo resto do dia.

Hoje foi o dia mais marcante da minha profissão, o dia que eu testemunhei uma criança compreender mais a fundo o que é viver –e a finitude e a incerteza do depois.


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A resposta não é tão simples. Existe uma miríade de tipos e subtipos de câncer, e cada um tem uma chance maior ou menor de responder aos tratamentos existentes.

E novas pesquisas tornaram a oncologia uma área cada vez mais complexa: às vezes pode ser mais interessante, em vez de catalogar as doenças por órgão onde ocorrem, identificar que tipo de molécula as células tumorais estão produzindo, para aí escolher o tratamento mais efetivo.

Por exemplo, se a molécula HER2 estiver presente, é possível empregar a terapia-alvo conhecida como trastuzumabe, que apresenta bons resultados.

Apesar desse perfil molecular ser cada vez mais importante, ainda é importante saber a origem dos tumores e, sim, dependendo de onde eles estão localizados, o prognóstico pode variar bastante.

O prefeito paulistano Bruno Covas (PSDB-SP), de 39 anos, foi diagnosticado com câncer de estômago. O tratamento começará com quimioterapia e pode envolver cirurgia, a depender da resposta do tumor às drogas. O caso de Covas é um tanto complicado porque a doença já está avançada (uma metástase foi detectada no fígado).

Cerca de 30% dos pacientes diagnosticados com câncer de estômago permanecem vivos após cinco anos, de acordo com estatísticas americanas, além do tratamento, características individuais, como perfil genético e hábitos de vida podem determinar o sucesso do tratamento.

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Casos de infartos entre jovens são raros no país https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/09/05/casos-de-infartos-entre-jovens-sao-raros-no-pais/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/09/05/casos-de-infartos-entre-jovens-sao-raros-no-pais/#respond Thu, 05 Sep 2019 18:56:27 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/090515-M-0000B-003-320x215.jpg https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=1152 Mortes de jovens por infarto, como a de Danilo Feliciano de Moraes, filho do pentacampeão Cafu, são raras e geralmente estão ligadas a condições preexistentes, como diabetes, colesterol elevado e defeitos congênitos.

No país, a morte de jovens entre 15 e 39 anos por infarto permanece constante ao longo dos últimos 10 anos, entre 3% e 4% do total, de acordo com dados do DataSUS, base de dados do Ministério da Saúde. Danilo tinha 30 anos de idade.

No ano de 2017, último para o qual há dados tabulados, 67.876 pessoas morreram por infarto agudo do miocárdio. Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil.

Geralmente as mortes súbitas e infartos em jovens estão associadas a defeitos congênitos (que já nascem com a pessoa), como más-formações do coração. Outro problema que pode agravar o prognóstico são doenças crônicas como hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia (colesterol elevado).

Danilo teve um ataque cardíaco após jogar futebol por cerca de 10 minutos. Ele já havia tido um infarto em 2015, como informa a reportagem da Folha.

Segundo o cardiologista e médico do esporte Nabil Ghorayeb, do HCor (Hospital do Coração), a recomendação é que sempre a prática de atividades físicas intensas, como futebol, lutas, corrida e CrossFit, sejam precedidas de avaliação médica.

Para o especialista, o mínimo é a realização de um eletrocardiograma. Para atividades especialmente intensas, ele sugere uma avaliação médica por meio de um teste ergométrico.

Mesmo para atividades recreativas, como futebol entre amigos e familiares, é preciso ter esse tipo de cuidado, afirma o médico

“Quando se joga contra o primo ou o cunhado, você não quer deixar de ganhar. Às vezes é até mais estressante. Esporte é tentar ganhar, a disputa traz muitas emoções diferentes”, diz Ghorayeb.

*

Quer entender um pouco mais sobre o impacto dos hábitos de vida na saúde? O Match da Saúde, ferramenta da Folha, ajuda você. Acesse em folha.com/matchdasaude.

 


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Cremação de paciente que tomou droga radioativa gera contaminação nos EUA https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/02/26/cremacao-de-paciente-que-tomou-droga-radioativa-gera-contaminacao-nos-eua/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2019/02/26/cremacao-de-paciente-que-tomou-droga-radioativa-gera-contaminacao-nos-eua/#respond Tue, 26 Feb 2019 16:02:06 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/Cem-Architect-320x215.jpg https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=1093 O caso aconteceu no Arizona (EUA), em 2017. Um homem de 69 anos que lutava contra um câncer de pâncreas recebeu uma dose intravenosa de lutécio-177, uma droga radioativa. Elementos químicos radioativos muitas vezes são usados no diagnóstico e no tratamento oncológicos.

No dia seguinte, o paciente teve pressão baixa e foi levado ao hospital, mas morreu um dia depois. Cinco dias após a injeção, o corpo foi cremado.

Quando a equipe responsável pela radioterapia ficou sabendo da morte, avisou o crematório que o corpo ainda tinha grande quantidade de material radioativo no momento da cremação.

Realizaram uma varredura no estabelecimento e a coleta de urina de um funcionário do crematório. Havia um claro sinal de radiação no local devido ao lutécio-177, mas essa droga não apareceu na amostra de urina. No entanto, observou-se um outro radioisótopo, o tecnécio-99m, muito usado no diagnóstico por imagem de tumores.

O curioso é que o funcionário nunca havia passado por nenhum procedimento em que o elemento radioativo é empregado. O mais provável é que ele tenha sido exposto à substância na cremação de algum outro cadáver, afirmam os médicos da Mayo Clinic em artigo na revista JAMA desta terça (26).

Provavelmente o operador não arcará com consequências negativas para a saúde, já que a dose de radiação a que foi submetido seria relativamente baixa, pelos padrões internacionais. Mas, alertam os médicos, é necessário mais cuidado na hora de lidar com os cadáveres e de estabelecer protocolos de segurança para evitar acidentes mais graves.


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Um grande estudo sobre os efeitos do uso de longo prazo de aspirina (ácido acetilsalicílico), que contou com a participação de 19.114 idosos saudáveis, foi publicado na prestigiosa revista New England Journal of Medicine nesta quinta (18).

Participaram americanos com mais de 65 anos e australianos com mais de 70 anos, que recebiam os comprimidos inertes ou a medicação, fornecida pela farmacêutica alemã Bayer, que patenteou o produto no final do século 19. A empresa não participou da elaboração do desenho experimental ou da interpretação dos resultados.

O número de mortes por câncer do dos grupos teste e placebo no período foram, respectivamente, 295 e 227. Não foi possível afirmar com rigor estatístico quais tipos de câncer em especial seriam os culpados. Entre os mais frequentes estão colorretal, mama e  melanoma.

“Outros estudos de uso preventivo de aspirina não identificaram resultados similares a esses, o que indica que esses resultados de mortalidade […] devem ser interpretados com cautela”, escrevem os autores, de diversas instituições australianas e americanas. Há de se considerar a possibilidade também de um viés racial, já que a grande maioria dos participantes era branca.

Questionada pela reportagem, a Bayer respondeu em nota que “essa conclusão não está relacionada à indicação do medicamento na prevenção primária de doença cardiovascular” e que os pacientes incluídos no estudo não tinham esse risco em particular. “O estudo não altera o perfil de risco-benefício de Aspirina Prevent de baixa dose [formulação usada na pesquisa].”

“[A droga] é um antiagregante plaquetário e sua indicação é para pessoas que apresentem dor no peito causada pela má circulação do sangue, que tiveram infarto agudo do miocárdio, para redução de risco de um novo infarto e que passaram por cirurgias ou outras intervenções nas artérias para evitar a ocorrência de distúrbios transitórios da circulação cerebral”, diz o texto.

As más notícias relacionadas à aspirina não pararam por aí. As demais conclusões do estudo Aspree (acrônimo em inglês para ASPirin Reducing Events in the Elderly, ou aspirina reduzindo eventos em idosos, em tradução livre) mostram que nesses idosos que tomaram o remédio não houve ganho de expectativa de vida livre de limitações (como demências ou deficiência física).

Também não houve prevenção de eventos cardiovasculares (lembrando que os pacientes do estudo eram saudáveis). Os autores argumentam que a boa forma dos pacientes pode ter impedido que efeito positivo da aspirina fosse observado para nesse quesito. As demais causas de mortalidade não se alteraram nesse estudo.

 

Incidência cumulativa da morte de acordo com a causa subjacente: A, câncer; B, doenças cardiovasculares; C, doenças hemorrágicas; D, outras causas. As inserções mostram os mesmos dados em um eixo y ampliado.

Um outro estudo, publicado na mesma edição da revista, demonstra esse potencial protetor do remédio.

O Ascend (A Study of Cardiovascular EveNts in Diabetes, ou um estudo dos efeitos cardiovasculares em diabetes, em tradução livre, no qual 15.480 adultos de meia idade com diabetes foram acompanhados por quase sete anos e meio) indicou redução de 12% nos eventos cardiovasculares em pacientes diabéticos que tomavam aspirina em relação ao grupo placebo (658 contra 743, ou 8,5% contra 9,6%).

Tanto no Ascend quanto no Aspree —ambos randomizados e controlados—  foi observado um aumento de eventos hemorrágicos (361 contra 265 e 314 contra 245, respectivamente), como os acidentes vasculares encefálicos (derrames) e sangramentos no sistema gastrointestinal.

Esses efeitos indesejados acontecem porque, além de aliviar vários tipos de dores, a aspirina também tem propriedades antitrombóticas e anticoagulantes, ou seja, tem potencial para evitar o entupimento de vasos por trombos e facilitar a circulação. Ao impedir a coagulação, a aspirina acaba facilitando o escape do sangue pelas veias e artérias, gerando a indesejada hemorragia.

Trabalhos que já haviam sido publicados anteriormente apontam benefícios do uso do remédio, como a redução do risco de infarto, AVC e outros problemas vasculares em pessoas de meia idade (assim como observado no Ascend, comandado por cientistas do Reino Unido).

Outros estudos sugerem a possibilidade de o uso contínuo de baixas doses de aspirina prevenir perda cognitiva, depressão e alguns cânceres, como o colorretal.

Observa-se que nem sempre os resultados de diferentes estudos convergem. No estudo Ascend, inclusive, não houve qualquer efeito da aspirina no aparecimento ou na prevenção de cânceres.

Considerando tudo o que foi publicado nos últimos 150 anos sobre o remédio, em editorial o NEJM conclui que, para pacientes com aterosclerose, os benefícios compensam o risco. “Por outro lado, para a prevenção primária […] a razão benefício/risco na prática corrente é excepcionalmente pequena.”

Para a maioria das pessoas, a melhor maneira de prevenir problemas cardiovasculares graves se dá com exercício físico, interrupção do tabagismo e, eventualmente, com a prescrição de estatinas —classe de medicamentos que também já foi pivô de discussões acirradas.

Convém lembrar que o uso de aspirina para qualquer indicação ou a interrupção do tratamento devem ser feitos apenas sob orientação médica.


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Paciente inconsciente com tatuagem escrito ‘NÃO ressuscitar’ intriga médicos e gera discussão ética https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2017/12/02/nao-ressuscitar/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2017/12/02/nao-ressuscitar/#respond Sat, 02 Dec 2017 20:33:47 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2017/12/nejmc1713344_f1-180x135.jpeg http://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=852 Aconteceu nos EUA e o relato está em uma carta enviada por médicos e pesquisadores da Universidade de Miami à revista “New England Journal of Medicine”: um paciente de 70 anos foi levado para o hospital inconsciente após ter bebido demais. Ele tinha histórico de diabetes, doença pulmonar e arritmia. Até aí, nada tão fora do ordinário.

Durante a recuperação, ele teve uma piora grave. Seu sangue estava muito ácido e sua pressão estava baixando –sem uma rápida intervenção, ele poderia morrer.

A questão é que ele tinha uma tatuagem no peito na qual se lia: “Do Not Resuscitate”, com “Not” sublinhado. (traduz-se como “Não Ressuscitar”, em português). Logo abaixo, a possível assinatura do paciente.

O paciente não foi identificado e nenhum membro da família o acompanhava.

“Nós inicialmente decidimos não cumprir com o desejo expresso na tatuagem, invocando o princípio de não escolher um caminho irreversível ao lidar com a incerteza”,  escreveram os autores na carta.

“Essa decisão nos deixou consternados, já que, nesse caso, poderíamos estar ignorando um tremendo esforço do paciente para tornar pública sua vontade. Por causa disso, foi requerida uma avaliação ética da questão.”

A comissão encarregada de discutir essa questão ética sugeriu que a equipe seguisse a determinação da tatuagem. Seria mais sensato inferir que ali estava expressa uma preferência autêntica. Segundo a carta, os especialistas também argumentaram que nem sempre a legislação é veloz o suficiente para acompanhar e dar suporte aos interesses do paciente.

Por sorte, o serviço social do hospital identificou o paciente e localizou um documento formal, o pedido de não ressuscitação (DNR, na sigla em inglês) do paciente, que era consistente com a tatuagem. Ao longo da noite o estado clínico do paciente piorou de vez e ele morreu sem passar por tentativas de ventilação mecânica ou outras intervenções.

Esse DNR via tatuagem foi avaliado pela equipe da Universidade de Miami como gerador de uma grande confusão –tanto do ponto de vista da legalidade dessa “solicitação” quanto da crença de que uma tatuagem poderia representar decisões das quais a pessoa se arrependeu de ter feito no passado.

Os autores, no fim das contas, não se posicionam a favor ou contra desse tipo de manifestação de como deve ser conduzido o cuidado no fim da vida.

A especialista em bioética Maria Sharmila Alina de Sousa explica que alguns dos princípios em que pensadores da área concentram suas teses é o da autonomia, a não maleficência (ou o primum non nocere hipocrático), a beneficência  e justiça. Ela concorda com a conduta e salienta “notoriedade da novidade com a qual a equipe médica se deparou”.

“Precisamos nos adiantar, como sociedade, e estabelecermos parâmetros de conduta clínica delimitados e fundamentados na evidência global disponível sobre os impactos familiares, socioculturais e político-econômicos para que não haja dúvidas na tomada de decisão sobre quais tipos de cuidados paliativos tais pacientes devam ou não acessar, caso não seja possível contar com informações provenientes de familiares ou do prontuário médico”, diz Sousa, que é pesquisadora da Fiocruz Brasília.

E você? O que acha disso tudo? Comente abaixo!


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Pacientes que fazem tratamentos alternativos para o câncer morrem mais; caso Marcelo Rezende https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2017/09/17/caso-marcelo-rezende/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2017/09/17/caso-marcelo-rezende/#respond Sun, 17 Sep 2017 12:47:48 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2017/09/14608897_1803242089945657_2912463524859339973_o-180x120.jpg http://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=792 Desde que  o jornalista e apresentador Marcelo Rezende, que morreu neste sábado (16), anunciou que ia buscar tratamentos alternativos e religiosos para o câncer, houve intensa discussão entre fãs, médicos e curiosos.

A questão sempre tem um aspecto pessoal importante, mas, do ponto de vista científico, será que a escolha do apresentador é justificável? Trago aqui dois números importantes para essa discussão.

Segundo um estudo recente publicado no periódico científico “The Journal of the National Cancer Institute”, a chance de  pessoas que buscam tratamentos alternativos (TA) morrerem por causa da doença é mais do que o dobro daquela dos pacientes que seguem a medicina convencional (MC).

Para realizar o estudo, os cientistas selecionaram 280 pacientes que seguiram tratamentos alternativos. Para cada um desses pacientes, dois outros com histórico clínico e dados demográficos equivalentes foram selecionados, totalizando 580 pacientes. Por causa do pequeno tamanho da amostra, não houve segmentação por tipo de TA.

O tamanho do prejuízo varia de acordo com o tipo de câncer. As curvas de sobrevivência mostram que  para o câncer de próstata, no período avaliado, de cerca de 66 meses, praticamente não há diferença entre tratamentos alternativos ou medicina convencional. Já para o câncer de cólon, essa diferença é enorme.

Curvas de sobrevivência de pacientes que seguiram tratamentos alternativos (liha sólida) ou convencionais (linha tracejada) para o câncer. No eixo das abscissas (horizontal), está o tempo, nas ordenadas (vertical) está o percentual de sobreviventes naquele instante. O tempo médio de acompanhamento foi de 66 meses. A, geral; B, câncer de mama; C, de próstata; D, de pulmão; E, colorretal (Reprodução/”The Journal of the National Cancer Institute”)

PÂNCREAS

Esse estudo não avaliou o caso do câncer de pâncreas, do qual Marcelo Rezende sofria. O que se sabe é que a fração dos pacientes vivos após cinco anos de tratamento é de apenas 8,2%, de acordo com estatísticas americanas. Só para fim de comparação, a fração de pacientes com câncer de cólon vivos após o mesmo período é de 64,9%.

O baixo índice de resolução dos cânceres de pâncreas pode ser uma das questões que provoquem essa guinada na busca por uma cura. No caso de Marcelo Rezende, ele apostou em tratamentos religiosos/espirituais e na mudança de hábitos alimentares, conforme divulgado em sua página no Facebook.

Pode-se argumentar que, ao se afastar da medicina, Rezende perdeu a chance de fazer parte dos 8,2%. Ao mesmo tempo, dependendo da gravidade da doença, essa chance logo de largada já poderia ser pífia.

Cada vez mais o foco da discussão no caso de pacientes com câncer avançado ou terminais tem se deslocado do tempo de sobrevida para a qualidade de vida –entre os fatores levados em conta estão o desejo do paciente e a amenização do sofrimento.

Nessa linha de argumentação, não parece correto condenar um homem por escolher como ele vai passar seus últimos meses de vida.


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Casados morrem menos de derrame, diz estudo https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2016/12/29/casados-morrem-menos-de-derrame/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2016/12/29/casados-morrem-menos-de-derrame/#respond Thu, 29 Dec 2016 08:05:04 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2016/12/5428259209_ba080fa7e0_b-180x120.jpg http://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=511 Parece que dá certo ter a mulher (ou o marido) repetindo que você precisa se cuidar, ir ao médico, fazer exercício… Isso se a expressão “dar certo” puder ser traduzida como “mais anos de vida”.

A nova evidência é de um estudo publicado na revista científica “Journal of the American Heart Association” que conseguiu quantificar que em casos de derrame (ou acidente vascular cerebral) os casados têm menor chance de morrer.

Não é pouca coisa: tomando os casados como base, o risco de morte em um AVC de quem nunca casou é 55% maior. De quem casou pela segunda vez é 22% maior –a mesma coisa de quem se divorciou. Os viúvos têm aumento de 32% na chance de morrer.

(Os números variam um pouco dependendo do modelo estatístico adotado, mas as conclusões gerais continuam válidas.)

Vantagem mesmo leva quem teve uma única e contínua união. E casar uma segunda vez é melhor que permanecer solteiro, mas, quanto mais perdas de companheiros uma pessoa sofre na vida, pior é o prognóstico do derrame.

Para ter uma ideia mais completa do risco, mais de um terço dos derrames resultam em morte. E, se chegarmos aos 80 anos, cerca de 15% de nós sofrerá um.

Para Matthew Dupre, pesquisador da Universidade Duke e líder da pesquisa, estudos como esse podem ajudar os provedores de saúde a atender e prevenir derrames e mortes em quem corre maior risco.

Os pesquisadores usaram dados de quase 10 mil americanos de mais de 50 anos de todo o país. Eles foram entrevistados a cada dois anos desde 1992.

Tudo isso para mostrar que, pelo menos quando o assunto é não morrer de derrame, o time dos casados ganha de lavada de quem quer que seja.


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Quais doenças merecem um mês colorido só delas no calendário? https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2016/11/01/quais-doencas-merecem-um-mes-colorido-so-delas-no-calendario/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2016/11/01/quais-doencas-merecem-um-mes-colorido-so-delas-no-calendario/#respond Tue, 01 Nov 2016 07:38:31 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2016/10/Pink-October-Movember-Campaign-180x180.png http://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=464 No último dia 23, domingo, a Folha publicou uma reportagem minha e do meu colega Phil Watanabe a respeito dos famigerados meses coloridos, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul.

Durante a entrevista dos médicos e outros especialistas para a reportagem, perguntei a eles: “Quais doenças, baseadas em sua importância, realmente merecem um mês de conscientização só delas?”

A resposta unânime foram as doenças cardiovasculares. Ninguém discorda de que é necessário que o brasileiro e a brasileira tenham ciência dos riscos de se ter colesterol e triglicérides elevados, pressão alta e obesidade, por exemplo –o risco de morrer por essas causas é mais que o dobro do que o de morrer de câncer.

O instituto Lado a Lado, o mesmo que popularizou o Novembro Azul da próstata no Brasil, criou o Setembro Vermelho com a ideia de alertar para os riscos das doenças cardiovasculares. O sucesso do mês colorido, no entanto, ainda está bem longe do Outubro Rosa ou do Novembro Azul.

O próprio Novembro Azul, aliás, é tema de polêmica, como você pôde ver na reportagem –ele era do diabetes e, de algum jeito, acabou sendo “roubado” pelos urologistas e simpatizantes da próstata.

O diabetes tem muito mais casos do que câncer de próstata –muitos mesmo– e mais mortes anuais (80 mil a 14 mil). Por ser um fator de risco importante para outras doenças, como as cardiovasculares, alguns tipos de câncer e amputações, por exemplo, certamente a doença metabólica merecia um mês só dela. Há muitas pessoas que não sabem como é a rotina de um diabético e nem os cuidados que a doença exige.

Se não está fácil para o diabetes, imagine para o suicídio (Setembro Amarelo, que compete com o Setembro Verde, da doação de órgãos e Vermelho, supreacitado). Claro que é uma causa importante a de evitar que as pessoas se suicidem, mas como competir com o apelo de um Outubro Rosa que consegue engajar desde a indústria da moda até os times de futebol americano?

Se fôssemos pegar aquilo que mais mata, deveríamos ter ao menos quatro meses principais: um para as doenças cardiovasculares (que incluem AVC e infarto), um para o câncer (sim, temos bem mais que um atualmente), um para as mortes violentas e por acidentes (as chamadas causas externas) e um mesinho (fevereiro, talvez?) para as doenças infecciosas.

Dar um mês inteiro para a população se conscientizar a respeito do câncer de bexiga, outro mês para o câncer de pênis e outro ainda o de laringe não vai fazer com que essas doenças tenham sua incidência reduzida sobremaneira. Mesmo porque essas pequenas campanhas raramente saem do submundo dos blogs de saúde da internet e dos compartilhamentos sem curtidas no Facebook.

Para o sucesso no mundo real, a componente de marketing é determinante. O câncer de mama, por exemplo, é um tema sexy. Tem o apelo da mulher, da beleza da mama, da superação do trauma e da mutilação. Por mais que o câncer de pulmão seja muito mais letal e que o câncer de pele afete muito mais gente, eles não carregam esse potencial.

Ainda que as minicampanhas chegassem aos destinatários desejados, às vezes eles são tão poucos que o esforço de atingi-los acaba não compensando em detecção precoce ou em recursos economizados. Esse é o motivo de os capitães do novembro azul não encamparem a briga contra o câncer de pênis (que mata cerca de 400 homens por ano).

Tem especialista que acha que as pessoas ainda não pegaram a mensagem do Outubro Rosa, da importância da prevenção (leia a reportagem para ver um pouco do debate a respeito). A melhor alternativa, fico imaginando, talvez seja abandonar a ideia de calendário-arco-íris e apenas fomentar os bons hábitos de vida e a prática de exercícios, que podem ajudar a prevenir um montão dessas doenças de uma só vez.

Crédito: Folha de S.Paulo


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Quando se pensa em longevidade, só bons hábitos não bastam –não se esqueça da herança genética https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2016/08/20/quando-se-pensa-em-longevidade-so-bons-habitos-nao-bastam-nao-se-esqueca-da-heranca-genetica/ https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/2016/08/20/quando-se-pensa-em-longevidade-so-bons-habitos-nao-bastam-nao-se-esqueca-da-heranca-genetica/#respond Sat, 20 Aug 2016 05:03:34 +0000 https://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/files/2016/08/162321133-180x121.gif http://cadeacura.blogfolha.uol.com.br/?p=349 Hoje (20), a Folha publicou uma reportagem do meu colega Phil Watanabe a respeito de um estudo que relaciona longevidade a hábitos de leitura.

Claro que é uma informação bacana, mas se tudo o que se publica sobre longevidade for levado a ferro e fogo, some um capítulo de leitura por dia a uma dieta com fibras, vegetais, pouca carne, um pouco de vinho e exercícios moderados. Case-se e vá ao médico todo ano.

Não se esqueça de não morar em cidade grande, não ter um trabalho estressante, não guardar rancor no coração e sempre pensar positivo.

Mesmo que fosse viável seguir tantos conselhos, o acaso e a morte estão por aí, rondando –seja por bala perdida ou acidente de trânsito.

Já teve até trabalho que sugeriu que felicidade era um fator importante para a longevidade, mas era justamente a falta de doença que deixava as pessoas mais felizes.

No meio de tanta regra, talvez o fator que esteja sendo deixado de lado é a natureza –existem fatores intrínsecos à constituição humana, como nossa herança genética, que são tão importantes quanto bons hábitos de vida.

E não é só a herança maldita ou bendita que influencia: a cada geração são acumuladas, ao acaso, dezenas de mutações no DNA. E esse motor da evolução pode ser bastante deletério para a longevidade se afetar uma região importante de algum gene.

Se a meta é viver mais, talvez a melhor ideia até o momento seja seguir o máximo de conselhos –aqueles mais qualificados e embasados, de preferência– e torcer para a natureza dar uma forcinha.


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